Um dos erros clássicos
na hora de fazer a manutenção do carro é achar que tudo que é mais barato é a
melhor opção. Podemos acreditar que esse é um dos principais fatores de
encarecimento dos gastos com manutenção de veículos.
"O brasileiro
pensa apenas no dispêndio imediato, no quanto ele vai gastar na hora e por isso
acaba levando a peça mais barata, sem perceber que isso vai ocasionar um
aumento da frequência de troca das peças e no final ele vai gastar mais
dinheiro".
Se existe a opção de
comprar uma peça original importada ou peças asiáticas, que não são originais,
mas são mais baratas, a grande maioria dos motoristas prefere comprar a peça
mais barata. "Ao comprar uma peça alternativa em vez da original, essa
peça pode degradar outros itens do sistema original do carro. Com isso, o
consumidor terá mais gastos para consertar essas outras peças que foram
danificadas, além de precisar trocar com mais frequência a peça comprada
inicialmente".
Acreditamos que nem
sempre seja necessário a comprada de peças e contratados os serviços mais
caros, mas apenas que o consumidor não leve em consideração apenas o preço na
hora de fazer a manutenção do carro, para que o barato não saia caro. "O
motorista paga 50 reais em uma peça que em outro lugar ele viu por 100 reais,
mas depois ele precisa trocar essa peça a cada 3 meses. Ele acaba gastando mais
trocando muitas vezes a peça mais barata do que ao comprar a peça melhor e mais
cara, que duraria um ano".
Mas, como saber se a
peça mais cara é de fato a melhor ou se é apenas uma tentativa da oficina de
ganhar dinheiro em cima do cliente? Não há uma fórmula para desvendar as más ou
boas intenções das oficinas, mas algumas dicas podem ajudar o consumidor para
que ele não se deixe enganar:
1) Pergunte ao mecânico qual é o
motivo para a indicação de uma determinada peça e não de outra mais barata
Se o mecânico responder que a peça mais cara é a
que deve ser levada simplesmente porque ela é a melhor e não der alguma razão
para isso, o consumidor deve desconfiar. "Por outro lado, se o técnico
pergunta como a pessoa usa o carro e, baseando-se no perfil de direção do
motorista, ele dá motivos para que seja usada uma certa peça, há uma razão para
aquela indicação".
Deve-se avaliar, portanto, se houve alguma
explicação plausível para o uso de um item e não de outro. Por mais que o
consumidor não seja especialista no assunto, no mínimo é possível perceber se a
explicação é absurda ou pelo menos se faz algum sentido.
2) Pesquise o custo do serviço e
das peças em mais de uma oficina ou loja
"Diferenças podem ocorrer, até por questões
regionais. Em uma cidade do interior o preço pode ser um e na capital
outro". Tanto para itens automotivos, como para qualquer outra decisão de
compra, pesquisar preços é a melhor forma de medir qual é a média de preço de
um produto.
Fazendo mais de uma consulta, o consumidor terá
mais informações sobre o item buscado e pode usar o que um vendedor disse para
negociar preços com outro. E quanto mais conhecimento, menor a probabilidade de
se enganar se algo ruim for oferecido.
3)Se for difícil encontrar uma
peça, não compre no primeiro lugar que encontrar
A dificuldade em encontrar uma peça pode ser um
sinal de que ela está em falta no mercado. E diante de uma baixa oferta, o seu
preço se eleva. Portanto, mesmo não sabendo se um preço está alto demais, a
demora em encontrar um certo item pode indicar que em outro momento ele seria
encontrado por um valor mais baixo.
4) Não pague um pacote de
serviços em uma revisão sem perguntar as justificativas para cada conserto e
receber uma resposta objetiva
Assim como não se deve comprar uma peça da marca
mais cara sem que a sua venda seja justificada, o mesmo vale para a revisão.
"Sempre existe aquela oficina que faz uma revisão geral no carro e o
mecânico diz: 'Vai custar 850 reais, mas vai ficar bom’. Se o mecânico só
mostra o preço, ele não é especialista. Ele deve mostrar as causas de cada
problema e a necessidade de realizar os consertos".
E novamente entra a questão do discernimento do
consumidor para avaliar se realmente faz sentido pagar determinado conserto ou
não. Façamos uma analogia: "Um médico não diz a um paciente: 'Você tem
hipertensão porque está obeso e o tratamento é este. Ele pergunta ao paciente
quais são seus hábitos e a partir disso faz um diagnóstico do que gerou a
doença e o que o paciente deve fazer. No carro nada deve ser substituído sem
uma explicação objetiva".